Crise mundial afeta mercado de trabalho na Austrália


A oferta de trabalho na Austrália tem sido muito boa nos últimos anos, porém, existem áreas onde a demanda é enorme, e outras que estão num patamar normal. Mesmo assim, o nível de desemprego ronda a casa dos 5,8 %, nacionalmente, segundo fonte da Australia Bureau Statistics. A publicitária paulista, Marcela Garcia, de 25 anos, adora a Austrália, mas para ela a realidade no país nao é a mesma informada pelas agências de intercambio no Brasil. "O país e maravilhoso, mas as agências no Brasil falam e vendem a idéia que tudo será muito fácil e a realidade não é bem assim. Muitas pessoas chegam despreparadas, sem inglês e dinheiro suficiente para se manter no início do seu curso. O trabalho aqui, na maioria das vezes, é por indicação e você precisa correr atrás, mesmo, de uma oportunidade."

Apesar da crise que afeta o dólar americano, a Austrália continua sendo uma ótima opção para fazer intercambio. Os valores dos programas de intercâmbio para o país não sofreram alterações, as vantagens são muitas frente a outros países, o que torna o destino uma opção atraente para estudantes que procuram viver fora do Brasil. O dólar australiano variou pouco com a crise, apesar de reduzido as ofertas de emprego. O custo de vida na Austrália não sofreu nenhum impacto, diferentemente do que acontece nos EUA e na Europa. A possibilidade de conciliar trabalho com estudo é outro fator que favorece a Austrália, já que país permite ao estudante trabalhar durante o período de duração do curso.

Como vários estudantes e aventureiros se perguntam se a crise mundial afetou as ofertas de vaga no mercado de trabalho e a imigracao para a Australia, a resposta e simples: afetou muito. O poder aquisitivo australiano aumentou muito, os preços dos imóveis inflaram, o desemprego despencou e a bolsa, assim como o preço das commodities dispararam. E como aconteceu no mundo todo, o povo se individou. A crise aumentou o desemprego e está afetando a imigração qualificada. O lado positivo disto tudo é que as coisas aqui não estão tão difíceis como nos EUA e o governo australiano, como o banco central, estão atentos para qualquer medida.



De acordo com o consultor da Hello Austrália em Brisbane, o paulista Fernando Lima, de 24 anos, a crise mundial também afetou o país, o que reduziu o número de vagas no mercado de trabalho. Para ele, a crise fez com que os australianos se mobilizassem na busca de uma oportunidade, o que diminuiu as chances de estrangeiros na Austrália. "A crise mundial afetou muito o número de vagas no mercado de trabalho. Há um ano, a oferta era bem maior, com empregadores correndo atrás para preencher uma vaga", disse. Ele diz que na Austrália fica só desempregado quem quer, ou quem tem um baixíssimo nível de inglês ou ainda uma capacidade de trabalho abaixo da média. Para Fernando, basta ir à luta que mais cedo ou mais tarde acaba-se achando alguma coisa, mesmo que seja lavando pratos (dishwaher) ou lavando banheiros (cleaner).

O consultor da Hello Austrália brinca e diz que antes da crise as pessoas na busca de emprego erravam os números de telefones nos currículos, mas ainda eram cotactadas para uma entrevista. A francesa Samantha Rouchard, de 32 anos, falou muito bem da Austrália. Ela elogiou a estrutura do país, assim como suas belezas naturais, mas para ela a convivência e trabalho com várias nacionalidades deixam um pouco a desejar. Para Samantha, a vida é muito difícil, pois os costumes diferentes de boa parte do mundo atrapalham muito em determinados momentos do dia-a-dia.

A Austrália, com uma população de mais de 19 milhões de habitantes, é um dos países mais velhos do mundo, com sítios arqueológicos que mostram ocupação humana em mais de 40.000 anos. No noroeste da Austrália, trabalhos identificaram arte em rocha que pode ter 175.000 anos. Em 26 de janeiro de 1788, os colonizadores europeus alcançaram Port Jackson e estabeleceram uma colônia onde agora fica localizado Sydney. No quesito imigração, a Ásia figura como um dos principias continentes de maior fonte de famílias imigrantes para Austrália.

A capital do estado de Queensland é a terceira maior da Austrália. Fundada pelos britânicos em 1825, Brisbane foi originada de uma antiga colônia penitenciária que funcionou entre 1824 e 1842. Localizada no Oceano Pacífico, junto ao Rio Brisbane, a cidade é um importante porto da Austrália, além de centro comercial e industrial. Com mais de 980 mil habitantes, a cidade possui cerca de 1,8 milhão de habitantes em sua região metropolitana, e a maior área urbana da Austrália em território, porém, apenas a terceira em população. A cidade é famosa por sua beleza, clima agradável e simpatia.

O clima de Brisbane é subtropical, com verões quentes e chuvosos e invernos amenos e secos - os invernos são mais secos porque sua localização fica próxima a cidades de clima tropical. O mês de janeiro é o mais chuvoso e o mês de setembro, o mais seco. O período de seca pode começa a partir de junho e seu início pode variar muito de um ano para outro, enquanto em alguns anos podem começar em junho, em outros as chuvas só diminuem no fim de agosto. Se fosse considerado a média de precipitação, o período seco se iniciaria em julho e se intensifica em agosto e setembro, acabando no início de outubro, quando são registradas as primeiras chuvas de verão.

O verão em Brsibane se destaca pelo calor e chuvas - chove muito nessa época e tempestades são comuns. A temperatura fica alta durante à tarde, próxima ou superior aos 30°C. No inverno, a sensação térmica é maior devido ao tempo mais seco, principalmente em setembro. Nos meses de junho a agosto, é comum a chegada de frentes frias seguidas de massas de ar polar, que derrubam muito a temperatura, entretanto, atuam durante poucos dias na região, pois perdem força devido ao contato com o ar mais quente de latitudes mais baixas.

VISTO O visto de estudante para a Austrália pode ser solicitado por aqueles que desejam estudar por mais de 14 semanas para fazer curso de inglês ou participar de um programa de intercâmbio, cursos técnicos, graduação, pós-graduação ou mestrado. Independente do tipo de curso, a instituição de ensino australiana deverá estar autorizada a receber estudantes estrangeiros. As acomodações de estudante de padrão elevado estão disponíveis para diferentes orçamentos e necessidades. Os estudantes podem optar por viverem em acomodação estudantil (Shared Student House), albergues, acomodação universitaria ou com uma família australiana. A opção mais popular é a acomodação compartilhada com outros estudantes (Sharehouse).

ACOMODAÇÃO As instituições fornecem ajuda aos estudantes a encontrar acomodação e compreender as condições do aluguel. Acomodação provisória pode ser arranjada antes que você saia de sua casa - o que permite tempo na chegada para considerar onde e como você gostaria de ser acomodado a longo termo. Os quadros de avisos e os jornais estudantis frequentemente anunciam quartos, apartamentos e casas para alugar. O ideal e ficar apenas tres semanas em casa de familia, já que este tipo de acomodação custa caro e normalmente fica distante da cidade.

Segundo o estudante capixaba Eduardo Machado, de 21 anos, que já aprendeu muitas coisas e conheceu pessoas de várias partes do mundo, o povo australiano é muito simpático e acolhedor como no Brasil, mas o momento não é propício para conseguir emprego. De acordo com Eduardo, as homestays na Austrália não estão preparadas para receberem estudantes. "As familias australianas ainda não estão preparadas para receber estudantes estrangeiros. As casas ficam muito distantes do centro da cidade e o gasto com transporte é muito grande."

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